O Windows 11 finalmente está entre nós. Após quatro meses em testes, o sistema finalmente ficou “pronto” para alcançar o público geral, mas a descoberta de bugs é quase certa em um novo sistema operacional.
Por essa razão, e considerando que o computador tenha uma grande importância na rotina dos usuários, é importante ponderar se vale ou não atualizar logo de cara para o novo sistema operacional. Para colocar as cartas na mesa, compilamos os principais bugs, erros e problemas encontrados no sistema operacional da Microsoft que podem convencer você a não sair do Windows 10 — pelo menos, por enquanto.
Bug que afeta impressoras
Quem pensou que migrar para o Windows 11 acabaria com a dor de cabeça dos problemas com impressoras, pode tirar o cavalinho da chuva. Segundo o site MSPowerUser, a Microsoft já teria identificado três novos problemas relacionados ao chamado PrintNightmare, falhas causadas em impressoras por problemas de compatibilidade entre o sistema operacional e o acessório.
Os erros tiraram o sono dos engenheiros de rede e administradores de empresas porque impedem o uso de impressoras em rede, mesmo após várias atualizações e pacotes de correção. Passados vários meses desde a primeira ocorrência, a Microsoft até agora não lançou uma solução oficial que acabe de vez com a falha — alguns usuários do Windows Server 2022 ou versões anteriores do Windows 10 conseguiram resolver com o Patch Tuesday de outubro.
Por meio do sistema de suporte ao usuário, os desenvolvedores do Windows já ofereceram soluções paliativas para contornar o problema, a depender do código do erro. Para consertar a falha CVE-2021-36958, por exemplo, é preciso desabilitar totalmente o sistema Print Spooler, o que vai impedir que sua máquina seja usada para iniciar a impressão de arquivos.
Como é construído sobre a mesma base estrutural do antecessor, o Win 11 também é vítima do PrintNightmare. Há relatos de dispositivos que não conseguem se conectar às impressoras na rede porque são incapazes de baixar e instalar os drivers exigidos, o que foi visto com mais frequência no acesso a servidores de impressão conectados via HTTP. Observou-se também que a instalação de impressoras usando o Internet Printing Protocol (IPP) falha em algumas circunstâncias.
Por enquanto, a solução mais óbvia é não usar uma conexão de rede e simplesmente transferir os arquivos para um pendrive ou enviar para um colega que tenha o dispositivo ligado diretamente à máquina. Em alguns casos, os admins da rede conseguem forçar a instalação, algo que não é o ideal, mas resolve o problema de forma paliativa — o problema é quando a empresa é grande demais e é preciso fazer isso individualmente.
Vazamento” de memória
Desde as versões de testes do Windows 11, o Explorador de Arquivos tinha um problema: o vazamento de memória. Toda vez que o programa é aberto, uma parte da memória RAM é alocada para ele — e fica neste estado até o PC ser reiniciado ou você "matar na unha" o processo do Windows Explorer no
Windows Explorer pode "comer" memória RAM no Windows 11.
O usuário de Windows 11 pode verificar se o problema o afeta de uma forma bem simples: abra o Gerenciador de Tarefas, organize os resultados com base no consumo de RAM clicando em "Memória" e aperte Tecla Windows + E repetidas vezes para abrir várias instâncias do Explorador de Arquivos; depois disso, feche tudo. Se o sistema estiver sofrendo com o vazamento de memória, a ferramenta nativa deve continuar com altíssimo consumo de memória, mesmo que esteja 100% fechado.
Barra de Tarefas do Windows 10
Se você instalou o novo Windows 11 e se deparou com a Barra de Tarefas do sistema anterior, acaba de se deparar com um mais um bug — mesmo se preferir o estilo antigo. O problema parece afetar principalmente aqueles que anteciparam o update no computador via Assistente de Instalação, a ferramenta oficial da Microsoft.
Os ícones e funcionalidades estariam todos diferentes, mas a Barra de Tarefas continuaria a mesma ao ser afetado pelo bug. Para isso, há duas soluções: na primeira, você pode tentar criar uma nova conta de usuário local para forçar o aparecimento da nova Barra de Tarefas; na segunda, é refazer a instalação do novo SO do zero.
Bug da internet lenta
Depois de atualizar, alguns usuários se depararam com uma conexão de internet bem mais lenta que o normal — este é mais um exemplo de bug. No caso, os dispositivos com o software de rede Intel Killer simplesmente “descartam” pacotes UDP (User Datagram Protocol) em certas condições e, como consequência, sites podem levar mais tempo para carregar e streamings podem ficar com baixa qualidade — e nem o uso de uma VPN resolve o problema.
Queda de performance em jogos
A Microsoft se orgulha de ter criado o Windows mais seguro da história do Sistema Operacional, mas não comenta que os recursos habilitados por ela podem ter um custo em desempenho — este é o caso do VBS, o Virtualization-Based Security. Trata-se de um mecanismo de segurança que utiliza recursos de virtualização de hardware para criar e isolar uma região segura da memória do sistema operacional.
O Metro Exodus, último título da franquia, tem queda de performance de até 24% com o VBS ativado. Em computadores novos embarcados com o Win 11, o recurso é habilitado por padrão. Porém, a ativação da ferramenta pode impactar o desempenho em jogos. Os danos variam conforme o título testado, como mostrou o site PC Gamer — no jogo Horizon Zero Dawn, o impacto foi de 25%, enquanto em Metro Exodus, 24%, mas o Far Cry New Dawn sofreu apenas com 5%.
Problemas com CPUs AMD
Este problema é curioso, principalmente devido ao fato de ter sido reconhecido pela própria AMD: aparentemente, o Windows 11 não lida bem com alguns recursos das CPUs da família Ryzen — todas as gerações, absolutamente. O obstáculo é dividido em duas partes, na latência de memória L3 (multiplicada até 3 vezes no novo SO) e na incompatibilidade com o recurso “Preferred Cores”, de otimização de carga por núcleo.
Processadores AMD compatíveis foram todos impactados pelo problema no gerenciamento de recursos e aumento de latências na memória cache (Imagem: Reprodução/AMD)
Não se sabe exatamente em que tipo de programa mora o impacto em desempenho, mas a AMD afirma que estariam principalmente em aplicativos e jogos sensíveis à latência da memória cache e em apps que aproveitam núcleos mais poderosos para tarefas em primeiro plano. O dano poderia ser de até 15% em casos mais extremos.
Infelizmente, não há correção para o defeito por enquanto, mas a fabricante de chips afirma que trabalha em parceria com a Microsoft para liberar uma correção em forma de update ainda no mês de outubro.
Com o tempo, é provável que tais problemas sejam devidamente solucionados via atualização de software; até lá, porém, os usuários devem pensar se vale trocar de sistema operacional só para matar a curiosidade. No mais, as adições do Windows 11 até são bem interessantes, mas será que vale o estresse de encontrar algumas coisas fora do lugar?