Inteligência Artificial ajuda a proteger animais na África
Muito visados em função do alto valor de comercialização de suas presas, chifres e peles, grandes mamíferos africanos vivem em risco constante. A ação ilegal de caçadores está reduzindo consideravelmente o número de animais como elefantes, leopardos e, principalmente, rinocerontes. Por isso, guardas florestais, cães treinados e até drones fazem parte dos esforços para protegê-los da extinção na selva. Mesmo assim, a cada ano, mais de mil rinocerontes são mortos na África do Sul. Na tentativa de mudar este cenário, pesquisadores estão investindo em Inteligência Artificial para salvar os animais..
Para os soldados e guardas-florestais, fazer a proteção dos rinocerontes é particularmente complicado. Isso porque esses mamíferos costumam percorrer vastas áreas planas, cobertas por arbustos baixos – esconderijos perfeitos para caçadores. Portanto, contar com o auxílio da tecnologia para monitorar o comportamento dos animais é uma solução bastante comemorada por lá.
NOVAS ABORDAGENS USANDO A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Já existem pelo menos duas abordagens que utilizam Inteligência Artificial para ajudar a equipe de proteção a flagrar caçadores ilegais. Uma delas foi inicialmente desenvolvida por um grupo de cientistas da computação para detectar bombardeios no Iraque e rebeldes no Afeganistão. Na África do Sul, eles usam a Inteligência Artificial para prever os locais em que os rinocerontes devem se alimentar. O sistema também cria históricos de incidentes de caça para mapear possíveis ocorrências. Dessa forma, os dados obtidos podem servir para orientar as rondas de soldados e drones.
A outra abordagem é utilizada na reserva Welgevonden, próxima de Joanesburgo, na África do Sul. Lá os cientistas desenvolveram um colar que transmite dados como velocidade e posição dos animais via rádio. Em vez de utilizá-los nos próprios rinocerontes, os pesquisadores colocaram os dispositivos em impalas e zebras, que se movem ao lado das manadas.
Os dados são monitorados constantemente por computadores conectados à nuvem e analisados por padrões de movimento dos animais. Normalmente, quando um predador natural se aproxima de um rebanho de zebras, ele se espalha. Já no caso de um caçador armado, os animais começam a se mover na direção oposta. Nesse caso, é emitido um aviso para soldados e guardas florestais, alertando sobre intrusos. E assim, a Inteligência Artificial transforma os animais em sentinelas de quatro patas para ajudar a defender seus semelhantes.